O Facebook enfrenta atualmente um sério problema de falta de coolness entre cerca de 1/3 dos adolescentes americanos. Vários dados têm assinalado isso mesmo, evidenciando a migração da juventude norte-americana para outras redes sociais consideradas mais trendy (p.ex. Instagram e Twitter) ou aplicações focadas numa socialização mais privada entre utilizadores (p.ex. Whatsapp e Snapchat). Isto são números que devem preocupar o gigante azul, pois sem a capacidade de apelar ao público mais jovem, a rede social de Zuckerberg corre o risco de se tornar uma aldeia de Trás-os-Montes, abandonada pelos mais novos, com a particularidade de nem sequer ter o prazer de contar no verão com a romaria de Marias e Manéis emigrantes.
O problema tem filhos
Mas aqui o problema não se trata da falta de oportunidades de entretenimento e socialização, pois elas continuam a existir dentro deste mundo. O problema é outro e tem filhos. Uma das principais razões para um miúdo de 15 anos não estar no Facebook é o facto de os pais lá estarem. Os miúdos (e os menos miúdos em certa medida também) utilizam as redes sociais para interagir com os amigos e partilhar as suas vidas, funciona como uma grande festa aberta 24h por dia e nenhum adolescente gosta de ir a festas com os pais. Por isso, os mais novos olham para o Facebook como um sítio infestado de pais prontos a ridiculariza-los em frente aos seus amigos com as suas demonstrações de afeto paternal ou a castiga-los por uma ou duas fotos mais comprometedoras num dia em que era suposto estarem em casa de um amigo a finalizar um trabalho e não a dançar de tronco nu numa coluna da discoteca da zona.
Keep it simple, stupid
Esta invasão de pais e avós (sim, também começa a crescer este segmento demográfico) é uma ameaça séria à conquista da juventude mas não será a única razão para esta fuga crescente. A complexidade da plataforma também pode estar a afastar os meninos e meninas que preferem ferramentas mais simples de socialização, daí que o design e funcionalidades mais básicas de Twitter, Instagram ou Snapchat façam destas redes sociais o hit do momento entre os petizes. Aqui, surge um lema aos gritos por todos os cantos e que a malta do Facebook parece estar esquecida: “Keep it simple, stupid.”
Ainda estamos longe do desaparecimento total de juventude na rede social do Zuckerberg, mas, tal como nas aldeias envelhecidas do interior do país, é urgente criar incentivos à captação e fixação da malta nova, sob pena de o Facebook se tornar um lar de terceira idade apenas interessante para marcas de fraldas para adultos e agências funerárias.